A inclusão digital e o acesso à internet para muitos é uma benção. De certa forma até concordo, porque nunca na história deste país (plágio vagabundo), o povo esteve tão informado. No entanto, estou percebendo certo fenômeno que está crescendo na mente da geração Google, e até mesmo das outras, no qual eu intitulo de “eu sei”.
É incrível como esta frase está sendo tão irresponsavelmente utilizada. As pessoas sempre sabem, e raramente encontramos alguém disposto a aprender ou reconhecer que realmente não sabe tanto quanto imagina saber (tou parecendo Sócrates). Bom, atribuo este fenômeno ao bombardeio constante de informações úteis ou não que somos diariamente expostos, são milhares delas, e o nosso filtro cerebral já não está sendo mais capaz de absolver tanto conteúdo.
Mas o que verdadeiramente me preocupa é que o “eu sei” está invadindo esferas até então limitadas a certos grupos de estudantes, que estudam especificamente determinados assuntos, como acontece no Direito, Medicina, Economia, etc. E é aí que mora o perigo. Recentemente no JESP uma pessoa que não estava sendo assistida por um advogado, numa petição extremamente mal redigida, pediu algo que fugia totalmente do objeto da lide, caberia uma repetição de indébito, no caso, no entanto, ela pediu algo totalmente diferente e que não enquadraria naquela ação, enfim, como era de se esperar o Juiz indeferiu o pedido. Mas, curioso, eu perguntei para esta parte onde ela tinha buscado informações para embasar a sua petição, logo ela respondeu: eu joguei na net (Google) e procurei alguns casos parecidos, putz.
Outro episódio foi quando eu retirei as tonsilas palatinas (amídalas). Uma senhora que aparentava ter uns vinte e poucos anos me perguntou se eu não tinha medo de perder algumas funções cerebrais, tais como a memória, concentração, etc (eu estava numa clínica de otorrino, antes que me perguntem). Senhores, aquela mulher quando fez a sua busca na internet acreditou que as amídalas da garganta eram na verdade as amígdalas do cérebro. A minha reação, evidentemente, foi de espanto misturado com uma vontade de rir. E olha que ela não me parecia ser alguém do campo como eu, mas sim, alguém razoavelmente instruído e que portava boa aparência.
Com esses exemplos esdrúxulos, quis que vocês visualizassem esta idéia que estou tentando desenvolver. O “eu sei” está criando uma legião de espertinhos que não têm mais humildade de buscar, de se informar e averiguar as suas fontes de informações. É fácil jogar no Google; pegue a primeira página que aparecer, é prático, rápido.. Essas pessoas não conseguem mais ler livros, porque estes são lineares, não escutam um álbum inteiro, preferem músicas esparsas e ecléticas. Querem tudo resumido, muito bem explicado e pra ser melhor ainda, num português bem fácil de se entender, né?
Tenho plena consciência que a tendência é só piorar. O conhecimento verdadeiro, aquele buscado em fontes seguras, difícil de ser angariado, que necessita de esforço, reflexão e um CuDeFe será raridade num futuro próximo. Tomara que os pusilânimes não vençam esta batalha do saber, e que os outros continuem buscando a espisteme, como diria Platão.
Que isso Leandro, não fale assim do google. Esse google ja me salvou dumas rsrs. Por um lado você ta certo, as pessoas tem preguiça de pensar, são anciosas e apressadas, avídas por uma resposta rápida. Mas não afirme de forma convicta que a internet não seja fonte segura de informação, depende muito do que a pessoa acessa.
ResponderExcluirEu por exemplo tenho um acervo imenso de e-books que talvez seja algum livro que você ja tenha lido impresso.
A internet possui uma fonte inesgotável de informações o que é ótimo pra quem não tem condições de comprar um livro, um CD, ou fazer um curso por ex, más o fato é que as pessoas não tem aproveitado o lado bom da "era digital".
O orkut tem sido o site mais acessado no Brasil, inclusive os brasileiros ja chegaram representar 90% do total de visitas do orkut, acho um absurdo isso, tanta coisa legal como blogs e sites de conteúdo, mas as pessoas tem preguiça de ler e aprender e acabam perdendo seu tempo "fuçando" orkut dos outros ou naqueles joguinhos inúteis, o orkut nos EUA não é nada.
O problema é que o conhecimento já está pronto, ninguem vai querer ler o livro inteiro porque alguem ja postou um resumo dele em algum site, e assim fica melhor porque anda mais rapido e sobra tempo pra dar uma "fuçada" no orkut. E por ai vai..., você sabe que é assim rs.
Um forte abraço,
Sua amiga Lígia
O Orkut nos EUA não é nada, mas lá até o Secretário de Estado tem perfil no Facebook, um site semelhante ao Orkut, mas muito mais inútil, com muito mais jogos e sem foco algum em comunidades (a maioria dos usuários não participa de uma sequer).
ResponderExcluirEu não estou criticando quem tem perfis em redes sociais(eu também tenho), a crítica é pra quem perde muito tempo com isso, pois é uma pena, com tantos sites de conteúdo. Eu citei o orkut porque me chamou atenção a audiencia exorbitante desse site, isso desvia a atenção das pessoas de coisas que seriam mais interessantes. O orkut já recebeu mais visitas que o proprio google aqui no Brasil, e eu acho muito fútil isso.
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