sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Formspring

Amigos, aproveito o ensejo para apresentar o meu formspring..

http://www.formspring.me/Leandroamelo

domingo, 23 de maio de 2010

Vende-se felicidade


Felicidade e dinheiro talvez sejam as palavras que mais utilizamos na nossa vida cotidiana. Quase sempre associamos uma à outra, e por muitas vezes, acreditamos que são diretamente relacionadas. Será que o dinheiro traz felicidade? Tentarei na medida do possível responder esta pergunta de caráter universal, todo mundo tem uma opinião particular sobre este assunto, e neste texto será visto apenas mais uma. De imediato já ressalto que não tenho interesse em fazer apologia ou uma crítica ao capitalismo, não quero entrar neste mérito, apesar de que em alguns momentos terei que mencioná-lo.

Primeiro, quero destacar a subjetividade desta questão, todos nós sabemos que felicidade é uma palavra cujo conceito nos remete à individualidade de cada um, o que pode ser momentos de alegria pra mim (tomar chá quente às 17:00 e fazer uma caminhada ao bosque às 17:30 mood ironia on) pode não ser para os outros.

No entanto, parte da Economia, por exemplo, entende-a como a utilidade que adquirimos ao consumir determinados bens de consumo, esta felicidade é a mais operante neste sistema que estamos inserido, para ser claro, utilidade é o prazer (felicidade) que o indivíduo afere ao comprar certo bem. Se hoje compra uma televisão que tem determinadas funções, ela possui utilidade, porém, à medida que aparecer outras, ela irá perdendo-a e o consumidor entra num ciclo vicioso, tendo que comprar outra para adquirir aquela inicial. Para maiores detalhes, o Utilitarismo de Jeremy Bhentam explica bem este ponto.

Também existem várias outras formas, não abordarei todas por não ser possível, mas a mais importante é a felicidade real, aquela que por um período de tempo razoável, a pessoa independentemente de fatores financeiros consegue extrair de certo momento, prazer verdadeiro, sincero, imediato e que perdura por um bom tempo. A maioria das pessoas maximizam o dinheiro acreditando que o fim dele é esta, porém, arrisco a dizer que não é por aí.

Reconheço que o carente de recursos financeiros pode ser feliz ao seu modo, contudo estará prejudicado nesta realidade, pois não terá certos funcionamentos que influenciam diretamente no bem estar subjetivo, que pode apenas ser auferido com base na renda, como; um sistema de saúde adequado, educação de qualidade, lazer e outros meios que ajudam adquirir a felicidade. É de se entender que uma pessoa sem acesso a um sistema de saúde, provavelmente poderá não ser feliz, pois caso fique doente não terá onde recorrer.

Em contraposição, o sujeito que tem acesso a esses bens, provavelmente poderá adquirir felicidade útil por meio do dinheiro, tendo os funcionamentos, acesso à saúde, à educação, ao lazer e meios de exteriorizar a opinião que também influencia, ou seja, consequentemente terá mais chances de ser feliz do que o já citado carente financeiro.

Contudo, a minha ousadia neste texto é tentar demonstrar que existe um limite para a felicidade útil dada pelo dinheiro. Alguns problemas no meu entender acontecem quando as pessoas apenas enxergam-na apenas no sucesso financeiro e na quantidade de capital. Enfim, quantos vivem uma rotina subumana para acumular mais, ter mais renda, acreditando que isso trará momentos de alegria, mas não parece ser isso o que acontece

Acredito que a felicidade real está sendo deturpada, e cada vez mais esquecida. O dinheiro, não nego, pode ajudar, porém, acredito que existem outros meios igualmente ou até mais eficazes que podem corroborar para a sua efetividade. Às vezes, esquecemos de viver os momentos mais simples da vida, que possui um valor inestimável para a verdadeira alegria e vivemos bitolados querendo acumular mais e mais, esquecendo do hoje, do momento, que por mais simples que seja pode valer mais do que qualquer bem material adquirido. Cito como exemplo, um almoço feliz em família, uma reunião de bons amigos, uma conversa sincera e legal com alguém que gostamos, todos esses citados, não tem preço, como diria uma rede de cartões..,

Portanto, tenho a plena consciência de que o dinheiro é uma faca de dois gumes, que ao mesmo tempo pode nos trazer felicidade na utilidade das coisas e nos funcionamentos (importantes) de determinados bens, quando este é priorizado em detrimento de outras importantes faces da vida, provavelmente ocorrerá o efeito contrário. Como já presenciei, algumas vezes, e talvez, seja a frase que esteja na consciência coletiva da terceira idade abastada, aquele velho lamento; “ eu poderia ter aproveitado mais a vida, ter sido mais feliz, ao invés de ficar acumulando fortuna que em pouco tempo não me trará mais nada, não comprará o tempo perdido, os momentos felizes, e principalmente minha alegria de viver..” Note que provavelmente você já deve ter ouvido algo parecido, mas será que aprendeu com a lição?

sábado, 24 de abril de 2010

Em tempo:

Caros amigos, peço desculpas por não atualizar o blog. Recentemente estou resolvendo alguns problemas de ordem pessoal, como; provas, concurso, entre outras coisas, consequentemente culminando na falta de tempo. Porém, à medida que conseguir resolvê-los, voltarei a postar novos textos; interessantes, polêmicos e que principalmente nos ajudem a refletir.. Em breve eu voltarei, aguardem..

Abraços..

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Fides*

Há muitos anos que não professo nenhuma religião, faz tempo que não acerto às contas com o homem lá de cima. Isso, porque, sou descrente, não acredito na ideia de que exista um Deus pessoal que fica nos coordenando ou atendendo às nossas vontades particulares. Até admiro as pessoas que assim acreditam. Para ser sincero, sou muito tranquilo a esse sincretismo religioso do povo brasileiro, até pouco tempo, no entanto, achava-o infantil e deveras contraditório.

Hoje o acho engraçado, na segunda, o crédulo joga flores para Iemanjá, na quarta vai ao centro espírita tomar um passe para tirar as urucubacas, e finalmente no domingo, vai à missa receber o Corpo de Cristo materializado na hóstia. Atribuo a este pensamento a uma falta de diretriz ou de um conhecimento mais sólido de todos esses institutos (religiões) mencionados, resumindo, eles atiram para todos os lados, quem sabe uma hora dá certo.

Bom, o propósito deste texto não é fazer uma crítica às religiões ou a essas peculiaridades de boa parcela do povo. O meu objetivo aqui é abrir um parêntese a respeito de uma força que todas elas utilizam como instrumento; a fé. Como disse não acredito em nenhuma delas, mas, não sou uma cadeira, algo sem vida que vive apenas limitado às causalidades físicas conhecidas, acredito sim nesta força que as pessoas chamam de fé, prefiro denominá-la de outra maneira, a chamada força do pensamento.

Não conheço, ainda, nenhuma fórmula matemática ou da física que tenha quebrado em partes esta faculdade inerente que temos dentro de nós. Acredito muito no poder do pensamento, seja ele positivo ou negativo, apesar de achar que aquele é sempre mais forte e certeiro. Eu sou uma testemunha disso, incrivelmente sempre que mentalizo coisas positivas, não é que acontece, temos um poder de mudar as coisas, algo que já faz parte deste conjunto biológico, mas que ainda não compreendemos corretamente. A mente humana é um grande mistério, mas é certo que ela é capaz de “fazer coisas que até Deus duvida” (propaganda de algum filme da sessão da tarde).

Faz alguns meses que li um livro por acaso, talvez a força do universo tenha conspirado ao meu favor para lê-lo. É um Best-seller muito famoso, chamado de: O segredo. Um parente havia o comprado e por obra do destino deixou em minha casa, eu fiz uma leitura dinâmica (alá professor Hilário)** e o terminei no máximo em cinquenta minutos. O texto é bem simples, objetivo, fácil, porém, confesso que foi uns dos piores livros que já li em toda a minha vida, quase joguei na rua para o caminhão passar. Ele é falacioso, cheio de premissas verdadeiras com conclusões absurdas, uma grande porcaria. Não obstante, a ideia central trata-se exatamente do tema aqui abordado; como a força do pensamento pode nos trazer coisas positivas, dava para a autora escrever isso em poucas linhas, mas preferiu fazer um livro mágico, cheio de depoimentos pessoais, alguns até engraçados, diria. Em um exemplo, ela afirmou que se tivermos muito endividados, é só pensar positivo na quantia que em pouco tempo chegará num envelope em sua casa com o dinheiro necessário para adimplir as obrigações, bom, até hoje ainda não chegou pra mim, vai saber. Em outro, ela afirma que toda vez que você sair de casa e mentalizar a vaga do estacionamento dos seus sonhos, o universo conspirará ao seu favor e por quase um milagre ela estará lá, bonitinha, também não tive esta sorte. É uma mistura daquela ética capitalista americana com um pouco do misticismo da fé. Não o recomendo.

Porquanto, apesar de ter fides, não vinculo minha vida e expectativas apenas nesta. É provável que exista sim, como havia dito, todavia, não acho que ela seja suficiente para a realização de qualquer coisa caso a pessoa fique inerte. Outros fatores devem coadunar para alcançar os objetivos, como; determinação, perseverança, vontade, entre tantos mais. Somando com a fé, aí sim, teremos uma combinação muito forte, capaz de gerar o verbo e a ação. Como disse recentemente o maior cantor popular brasileiro, Roberto Carlos, a fé não remove montanhas, mas com certeza nos ajudará a escalá-la.

* Fé, no latim..

** Professor do Direito que tinha a incrível capacidade de ler quatro páginas de prova em apenas uma piscadela, algo que foge da compreensão de qualquer humano normal.

Boa Páscoa! E que a boa sorte te abençoe..

terça-feira, 23 de março de 2010

Dicas de navegação

Amigos, quero dar-lhes algumas dicas de navegação, pois muitos passam por aqui, e não conhecem o formato de um blog. Primeiro, caso você queira opinar ou me seguir, não é necessário criar outro para fazer isso, é só olhar para o canto esquerdo da tela, e clicar no botão seguir, sendo assim, é só fazer o login com a conta do Orkut, que estará me seguindo e poderá comentar à vontade.

Os textos não são necessariamente inter-relacionados, talvez, o primeiro que escrevi lhe agradará mais do que o último. Novamente na tela esquerda tem os meses que aparecerão os já publicados.

Outra coisa, quando você tecer algum comentário, passará por mim e depois da aprovação será postado. Fique tranquilo, 95% dos comentários eu publico, só não o faço aqueles que comentam anonimamente sem se identificar, pois na CF 88 (usando os meus conhecimentos jurídicos) é vedado o anonimato.

C`est fini

domingo, 21 de março de 2010

A política como instrumento de ação

As pessoas que me conhecem, sabem que sempre tive um interesse especial para a política. “Endeusde” que eu era um mero garoto já o manifestava. E isso se deve porque sempre acreditei na importância e imprescindibilidade dela para a transformação social. Não restringirei à acepção desta palavra apenas no âmbito eleitoreiro, digo numa concepção mais ampla, e principalmente ao que concerne no ato de utilizar da boa-fé e da volúpia de articular ideias para um bem comum.

Este ano haverá eleições para presidente e demais cargos eletivos. Como é de praxe, não custa nada reiterar a importância do voto, este instrumento de suma importância para o fortalecimento da democracia, que foi conquistado com o sangue e sofrimento de milhares de militantes, que perderam suas vidas em prol da liberdade de escolha. Hoje, esta palavra (democracia) está muito desgastada, e o povo pouco valor a atribui, muitos vendem o seu direito de votar, alguns até compreendo, porque envolve todo um sistema social, se o sujeito não tem o que comer, ele vende até a mãe, quem dirá o voto. Todavia, em outros casos, acredito que deveria haver uma séria repercussão criminal para quem comete tal ato, a pessoa não está vendendo apenas o seu voto, está alienando o futuro de uma nação.

É fato, a maioria dos brasileiros deixam para decidir o seu candidato, praticamente nos últimos dias ou horas antes das eleições, e por muitas vezes, demonstram interesses em coisas irrelevantes, como; a ponte que aquele prometeu construir, ou a creche que seria de bom alvitre, enfim, quase sempre são vontades particulares que se somam e criam um Prefeito, Governador, Presidente.

Infelizmente, nos últimos anos com os inúmeros escândalos de corrupção, a imagem dos políticos e da política ficaram extremamente corrompidas. O eleitor perdeu o interesse, e quando escuta essas palavras quase sempre as associam a coisas negativas. Este pensamento deve mudar, pois tudo isso é importante para o futuro de um país. Devemos ter um comprometimento e maior participação, em pleno século XXI, não há mais espaço para irresponsabilidade daqueles e principalmente a nossa. Como diz o slogan da propaganda: o poder de escolha está em nossas mãos.

Dessa arte, quando você dizer que detesta tudo que envolva política, estará fazendo nada mais do que uma manifestação desta. Mesmo os chamados apolíticos, que em minha opinião, são na maioria das vezes pessoas pessimistas que não vislumbram um futuro e estão nem aí, ou são preguiçosos que não se importam, e votam em qualquer um, colocando no poder coronéis e corruptos. Acredito que eles são o reflexo da consciência coletiva do eleitorado, eles são vocês, nós somos eles..


domingo, 14 de março de 2010

Edith Piaf-um hino ao amor


Há algum tempo que vi a este filme. No começo, relutei em assisti-lo, apesar de gostar das músicas e ter um conhecimento razoável da carreira desta artista. Sinceramente, o filme agradou-me muito, e achei merecidíssimo o Oscar 2008 de melhor atriz para Marion Cotillard, simplesmente foi brilhante a sua atuação.

A fotografia na maior parte do filme é escura, nebulosa, assim como a roupa que caracterizou e marcou Piaf no palco: o negro. Este se dividiu em dois tempos, o presente, acompanhando-a na infância, adolescência e fase adulta, e também, em flashes que nos remetia ao futuro. E por causa disso, às vezes, pode acontecer do espectador perder algumas partes chaves, comprometendo o entendimento. O não aprofundamento na segunda guerra mundial, época em que Edith teve maior popularidade, creio ser, talvez, uns dos maiores erros do roteiro, conjugando com a ausência do processo criativo de algumas músicas importantes na carreira dela. Uma cena em específica me incomodou muito, quando ela era criança mostra a S. Teresinha, santa que Piaf era devota, fato que não concordo em uma película biográfica, pois perde um pouco de credibilidade, dando um ar de misticismo e magia.

Feito essas considerações, apenas a atuação de Cotillard já valeu. Ela conseguiu transmitir com muita competência a difícil trajetória de Piaf, uma vida recheada de tragédias e emoções que compunham um drama digno de uma francesa que viveu para a música. Edith era o produto do seu meio, mas muito mais do que isso, ela representava a alma francesa e o sentimento mais profundo de tristeza que caracterizava o seu tempo. No palco era sublime, tinha uma voz de pardal (Piaf), límpida, forte e bela. Tinha uma presença inconfundível, e letras que falavam de coisas de seu tempo, tristeza e mensagens universais que até hoje são vigentes.

Aproveito para pontuar algumas cenas positivas que demonstraram a competência do diretor Olivier Dahan. Em uma há um plano-seqüência excepcional em que a câmera, sem cortes, acompanha Piaf andando por um grande apartamento de Nova York, enquanto imagina estar tendo uma conversa com seu amado, o boxeador Marcel Cerdan (Jean-Pierre Martins). Quando o empresário e amigos lhe comunicam uma tragédia, Cotillard passa da alegria para a descrença e chega ao desespero, tudo em frente à câmera que, continuamente, vai registrando todas estas emoções. O plano termina em uma cena em que Piaf passa magicamente do quarto para um teatro lotado, em que termina uma canção dramática. Esta cena representa muito bem o que foi a sua vida, diria até que foi o momento em que poucos minutos resumiu a sua história, que misturava; glória e frustração, tristeza e alegria. Outra cena que me marcou pessoalmente aconteceu em uma de suas últimas interpretações, ela já estava extremamente debilitada, os críticos diziam que era a turnê do suicídio, e quase desmaiando no palco, ela inicia uma canção (mon manege a moi), contudo não consegue terminá-la e sai escorada; no camarim, o seu produtor insiste que ela não voltaria mais, e que seria suicídio persistir. Acho muito bonito a sua resposta, ela diz: eu preciso cantar, cantar é a minha vida.

Finalizando, a cena final é uma das mais belas, em que Piaf está na cama nos seus últimos suspiros e ao mesmo tempo inicia-se uma canção no palco, em que canta: Non, je regrettre rien (Não, eu não me arrependo de nada, tradução livre), música que conseguiu de certa forma sintetizar toda uma vida, simplesmente sensacional, uns dos pontos altos do filme, em minha opinião.

Portanto, indico-o para aqueles que querem conhecer uma das maiores intérpretes da música mundial de todos os tempos, uma pessoa insubstituível, que apesar dos seus excessos, era única e para sempre será lembrada. O filme é emocionante, e comoverá a todos que percebem a inevitabilidade da morte e a necessidade incondicionada do amor. Assim, mesmo para aqueles que não a conhecem, indico, pois Edith Piaf estará para sempre incorporada no consciente coletivo da humanidade.

Nota: 8.756

Trailler :http://www.youtube.com/watch?v=T-LzEPS7ji4


Intermezzo

Oi! Fazia algum tempo que não postava aqui, alguns motivos corroboraram; falta de tempo e a maldita dengue são alguns deles. No próximo post, quero iniciar a minha carreira de crítico (leigo) de cinema. Fazendo a ressalva que não tenho nenhuma pretensão em esgotar o conteúdo dos filmes analisados, não possuo − confesso −, base informacional suficiente ao que concerne às artes cênicas para escrever uma crítica, diríamos, séria, ao ponto de vista daqueles que realmente a compreendem. Mas, como já disse, quero apenas dar algumas opiniões de filmes que me marcaram. E começarei com o último que conseguiu esta façanha.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ao leitor

Eu sei que é cedo e o blog mal começou, e já estou me dirigindo ao leitor que tem a paciência de Jó para me acompanhar. Bom, esse post é apenas para me dizer que estou muito feliz com a recepção deste blog. Já recebi e-mails, mensagens no Orkut, de pessoas que nem faço a ideia de quem que sejam, mas que analisaram criticamente às posições contidas aqui, e como é de se esperar, alguns me criticaram, outros concordaram, outros fizeram uma síntese do conteúdo, acrescentando novas informações, perspectivas, o que fez a ideia inicial se expandir.

Também é válido ressaltar que às críticas ou elogios que são meramente superficiais e para encher linguiça, eu nem faço questão de ficar chateado com os primeiros ou deslumbrado com os segundos. Exemplos: um leitor me acusou de estar utilizando uma linguagem arcaica, fato que não concordei, pedi-lhe que me mostrasse uma palavra em todos os meus textos que não esteja em plena vigência na nossa língua, que não esteja em qualquer dicionário meia-boca. Outro leitor me acusou de ser superficial, que eu deveria aprofundar mais nos assuntos, este também o contestei, porque até agora não me apresentou o que seria profundo e interessante para ele. Alguns me elogiaram muito, mas sem demonstrar a razão para tal ato, apenas palavras vazias e de incentivos, creio serem mais válidas do que às críticas infundadas, porque pelo menos estes nos ajudam a continuar.

Dessa maneira, estou muito animado, espero continuar escrevendo textos interessantes, que não se percam na futilidade, que não sejam excessivamente eruditos (chatos) e que continuem a renovar e despertar o interesse ao leitor, principalmente naquilo que me propus desde o primeiro post; fazê-lo pensar, ao menos por um momento.

Obrigado!


Obs: O próximo texto será uma crítica sobre um filme que eu gostei muito, trata-se de uma biografia de uma das maiores cantoras de todos os tempos: Edith Piaf.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Medo!



O Leandro não é um cara aficionado por poesias, mas existem alguns poetas que sempre lhe despertou grande interesse, cito: Carlos Drummond, Augusto dos Anjos, algumas poesias de Shakespeare, Dom Veronez, entre outros.

Drummond é o seu poeta favorito (preferência nacional), este consegue misturar muito bem dois itens que, prima facie, parecem opostos; simplicidade e profundidade, no entanto, não o é.

No livro sentimento do mundo (obra obrigatória na maioria dos vestibulares), Carlos Drummond traz um poema que se refere ao medo. Sentimento que é uns dos responsáveis por estarmos aqui, afinal, é um legado da evolução, se nossos ancestrais comuns não tivessem tido medo de possíveis predadores e ameaças, provavelmente não estaríamos aqui escrevendo este texto.

O medo como todos os outros sentimentos também tem o seu lado negativo, pois quando maximizado converte-se num transtorno emocional conhecido como fobia, que é o medo exagerado de algo. Diante disso, podemos extrair algumas perguntas que tem como finalidade refletir..

Quantos países ou pessoas já cometeram atrocidades, muitas vezes injustificadas, simplesmente por temerem algo? Quantas pessoas deixam de viver o hoje e vivem no asceticismo, puritanismo e falso moralismo (ismo), simplesmente por temerem a morte ou um possível castigo divino no amanhã? Quantas pessoas deixam de fazer coisas que poderia modificar a sua vida em 360º (Carla Perez), por medo? Quantos deixaram de fazer isso ou aquilo por medo de levar um mero não? Enfim..

O homem que consegue lidar com este sentimento é um grande sábio, e talvez, quando morrer, nascerão flores amarelas e medrosas em seu túmulo heheeh..

Congresso Internacional do medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,

que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Deixe-me por um instante

Sem dúvida esta década que se esvai foi uma das que mais modificou a nossa vida cotidiana. Ocorreu uma inserção única na tecnologia, os computadores deixaram de ser um instrumento de trabalho e passou a ser algo comum em nosso dia-a-dia. Dessarte, nunca estivemos tão conectados uns aos outros e, também, nunca precisamos tanto uns dos outros. Surgiram várias redes sociais, sejam elas de bate-papos, sites de relacionamentos, ou programas que nos conectam vinte e quatro horas como o MSN. O celular também pode ser um exemplo, hoje ele passou a ser muito mais do que uma tecnologia, é quase uma extensão do nosso corpo. Entretanto, ocorreu um grande aumento de doenças ligadas à depressão, como no recente comunicado da OMS*, aquela está se transformando numa praga e na doença que mais acomete a população mundial, e promete ser em 20 anos a causa de grande problema para humanidade. Será que esta inserção à tecnologia e as novas formas de integração e de convívio social têm alguma relação com casos de depressão? (Não esgotarei o conteúdo desta pergunta neste texto, esta será objeto de análise num texto futuro.)

Arrisco a dizer que sim, e essa é a proposta deste humilde texto. Percebo que ficar sozinho sem estar conectado a todas aquelas parafernálias mencionadas, pelo menos por um instante, ou por algumas horas, tornou-se uma tarefa árdua e difícil. Simplificando, eles não conseguem se aguentar. Por várias vezes encontrei colegas, amigos, conhecidos e similares, em algum momento em que eles precisavam ficar sós, não por que queriam, mas por que eram compelidos por circunstâncias alheias as suas vontades, como num ponto de ônibus, ou isolado numa biblioteca, ou por que tinham que esperar algo, etc. E nesses momentos eu os percebia numa profunda melancolia, com caras pálidas e tristes, e sempre faço questão de perguntá-los o porquê, mas antes, quando me veem, sempre me dizem: nossa, graças a Deus (amém) você apareceu, não estava agüentando mais ficar aqui sozinho. Eu sempre os respondo: Ei! Você estava consigo, não estava só. E eles: ahh é que eu não gosto de ficar sozinho, me dá depressão. A maioria responde isso...

O não isolamento gera adultos que tendem a infantilidade, que não conseguem andar com as suas próprias pernas. Vejo muitas conseqüências negativas para este fato, experimentem numa festa ou em algum lugar que estejam reunidos algumas pessoas e saia por um instante, seja para tomar um ar, ou para dar uma pensada (tipo quem ganhará o BBB**, ou nos problemas corriqueiros da vida.). Você perceberá que a atmosfera mudará, e logo os seus amigos pensarão um milhão de coisas e despejarão adjetivos, como: anti-social, autista, sistemático. Na melhor hipótese dirão que você está muito triste e aconteceu algo sério. Isso tudo por você apenas querer ficar só por um instante?

Está sendo cultuado mais do que nunca (Faustão) o grupo, a felicidade esta que se encontra no final de um arco-íris***, só existe se você estiver abarrotado de amiguinhos, de contatos e de figurinhas no Orkut que não te dão espaço para pensar.

Voltando a proposta inicial, este não isolamento e esta conectividade exarcebada está gerando sim alguns transtornos como a depressão. No próprio conceito da palavra podemos aferir que esta se caracteriza no momento em que o indivíduo toma conhecimento da solidão que se encontra. E estes percebem isso quando por uma jogada do destino, ficam sós, e não tem a quem recorrer. Se tivesse se precavido antes; separado momentos de isolamento, reflexão, e a chamado boa solidão, tenho certeza que esta maldita não viria tão forte.

Assim sendo, como diz o velho aforismo em latim, nosce te ipsum, conheça-te a ti mesmo, há só uma forma de se conhecer, e lhes garanto que não é ficar a todo o momento rodeado de pessoas, e querer fugir da inevitabilidade de uma hora ter que se aguentar. Reserve um tempo, reflita, faça uma caminhada (sem enfiar um mp4 na sua orelha) para que você pense e sinta mais confortável quando os momentos de solidão aparecer. Por favor, não seja mais uma futura vítima daquela inimiga que assombra nossas mentes felizes..


*http://www.portalms.com.br/noticias/OMS-alerta-para-aumento-da-depressao-pelo-mundo/Mundo/Saude/959559908.html

** Eu não assisto este programa maravilhoso.

*** Não acredito na felicidade eterna, acredito em momentos felizes, como a maioria.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ele e eu


A minha intenção quando criei este blog, não era/é ficar falando sobre mim, mas sim de vários assuntos como já mencionei no post de apresentação. Contudo, frequentemente alguns amigos e leitores que me dão a honra de me seguir, sempre me perguntam (essa pergunta vem antes do blog) o porquê de eu utilizar a terceira pessoa.

Quero lhes dizer desde já, e frustrando o entendimento de alguns especialistas de plantão, que não sou um caso raro de dupla personalidade hauhauha., e também como os outros interpretaram o meu ego não é tão grande que chego a transferi-lo a um terceiro (eu mesmo). Não é nada disso, é lógico, simplesmente utilizo a terceira pessoa porque me sinto mais imparcial, e não fico apenas no eu, eu, eu. Sinto-me mais honesto comigo mesmo, imparcial é a palavra, também noto que a ideia flui mais facilmente, fico menos preso as amarras.

− Então, Leandro, você acha que os convenceu?

− Não sei meu caro, mas pelo menos eu tentei..

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Eu sei

A inclusão digital e o acesso à internet para muitos é uma benção. De certa forma até concordo, porque nunca na história deste país (plágio vagabundo), o povo esteve tão informado. No entanto, estou percebendo certo fenômeno que está crescendo na mente da geração Google, e até mesmo das outras, no qual eu intitulo de “eu sei”.

É incrível como esta frase está sendo tão irresponsavelmente utilizada. As pessoas sempre sabem, e raramente encontramos alguém disposto a aprender ou reconhecer que realmente não sabe tanto quanto imagina saber (tou parecendo Sócrates). Bom, atribuo este fenômeno ao bombardeio constante de informações úteis ou não que somos diariamente expostos, são milhares delas, e o nosso filtro cerebral já não está sendo mais capaz de absolver tanto conteúdo.

Mas o que verdadeiramente me preocupa é que o “eu sei” está invadindo esferas até então limitadas a certos grupos de estudantes, que estudam especificamente determinados assuntos, como acontece no Direito, Medicina, Economia, etc. E é aí que mora o perigo. Recentemente no JESP uma pessoa que não estava sendo assistida por um advogado, numa petição extremamente mal redigida, pediu algo que fugia totalmente do objeto da lide, caberia uma repetição de indébito, no caso, no entanto, ela pediu algo totalmente diferente e que não enquadraria naquela ação, enfim, como era de se esperar o Juiz indeferiu o pedido. Mas, curioso, eu perguntei para esta parte onde ela tinha buscado informações para embasar a sua petição, logo ela respondeu: eu joguei na net (Google) e procurei alguns casos parecidos, putz.

Outro episódio foi quando eu retirei as tonsilas palatinas (amídalas). Uma senhora que aparentava ter uns vinte e poucos anos me perguntou se eu não tinha medo de perder algumas funções cerebrais, tais como a memória, concentração, etc (eu estava numa clínica de otorrino, antes que me perguntem). Senhores, aquela mulher quando fez a sua busca na internet acreditou que as amídalas da garganta eram na verdade as amígdalas do cérebro. A minha reação, evidentemente, foi de espanto misturado com uma vontade de rir. E olha que ela não me parecia ser alguém do campo como eu, mas sim, alguém razoavelmente instruído e que portava boa aparência.

Com esses exemplos esdrúxulos, quis que vocês visualizassem esta idéia que estou tentando desenvolver. O “eu sei” está criando uma legião de espertinhos que não têm mais humildade de buscar, de se informar e averiguar as suas fontes de informações. É fácil jogar no Google; pegue a primeira página que aparecer, é prático, rápido.. Essas pessoas não conseguem mais ler livros, porque estes são lineares, não escutam um álbum inteiro, preferem músicas esparsas e ecléticas. Querem tudo resumido, muito bem explicado e pra ser melhor ainda, num português bem fácil de se entender, né?

Tenho plena consciência que a tendência é só piorar. O conhecimento verdadeiro, aquele buscado em fontes seguras, difícil de ser angariado, que necessita de esforço, reflexão e um CuDeFe será raridade num futuro próximo. Tomara que os pusilânimes não vençam esta batalha do saber, e que os outros continuem buscando a espisteme, como diria Platão.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Apresentação

Olá! Finalmente depois de muita reflexão, mais ou menos uns oito anos, resolvi criar este blog. Por que tanta reflexão (masturbação mental) para algo tão insignificante diante da imensidão da internet? A reposta é simples, sempre tive cuidado com às minhas opiniões e percepções de vida, sei que no meu ponto de vista são coisas normais, afinal, partem do meu intelecto, porém para os outros talvez não sejam.

Não tenho a intenção ou o propósito de ser inovador, também não quero ser o dono da verdade (se é que há dono), apenas desejo ser mais uma perspectiva, sobre diferentes assuntos, como: literatura, cinema, esportes, trivialidades, vida cotidiana, etc. Enfim, tudo o que um aspirante a pensador tem direito a opinar.

Quero ressaltar para não me interpretarem apenas literalmente, não tenho como escopo ficar criando alegorias num blog, aquelas em que o autor coage o leitor a pensar de uma forma, por meio de metáforas, charadas incutidas no texto para levar a algum raciocínio subentendido. No entanto, abrirei espaços para interpretações, porque querendo ou não, às vezes, quando falamos de nós, ou seja, de algo subjetivo, nem sempre há palavras suficientes ou corretas para chegar a uma determinada ideia, que talvez só passe pela cabeça do autor, abrindo assim espaço para outras visões.

Finalizando, espero ser uma companhia agradável, crítica (sem exageros) e ao mesmo tempo divertida no seu cotidiano.