
Há algum tempo que vi a este filme. No começo, relutei em assisti-lo, apesar de gostar das músicas e ter um conhecimento razoável da carreira desta artista. Sinceramente, o filme agradou-me muito, e achei merecidíssimo o Oscar 2008 de melhor atriz para Marion Cotillard, simplesmente foi brilhante a sua atuação.
A fotografia na maior parte do filme é escura, nebulosa, assim como a roupa que caracterizou e marcou Piaf no palco: o negro. Este se dividiu em dois tempos, o presente, acompanhando-a na infância, adolescência e fase adulta, e também, em flashes que nos remetia ao futuro. E por causa disso, às vezes, pode acontecer do espectador perder algumas partes chaves, comprometendo o entendimento. O não aprofundamento na segunda guerra mundial, época
Feito essas considerações, apenas a atuação de Cotillard já valeu. Ela conseguiu transmitir com muita competência a difícil trajetória de Piaf, uma vida recheada de tragédias e emoções que compunham um drama digno de uma francesa que viveu para a música. Edith era o produto do seu meio, mas muito mais do que isso, ela representava a alma francesa e o sentimento mais profundo de tristeza que caracterizava o seu tempo. No palco era sublime, tinha uma voz de pardal (Piaf), límpida, forte e bela. Tinha uma presença inconfundível, e letras que falavam de coisas de seu tempo, tristeza e mensagens universais que até hoje são vigentes.
Aproveito para pontuar algumas cenas positivas que demonstraram a competência do diretor Olivier Dahan. Em uma há um plano-seqüência excepcional em que a câmera, sem cortes, acompanha Piaf andando por um grande apartamento de Nova York, enquanto imagina estar tendo uma conversa com seu amado, o boxeador Marcel Cerdan (Jean-Pierre Martins). Quando o empresário e amigos lhe comunicam uma tragédia, Cotillard passa da alegria para a descrença e chega ao desespero, tudo em frente à câmera que, continuamente, vai registrando todas estas emoções. O plano termina em uma cena
Finalizando, a cena final é uma das mais belas,
Portanto, indico-o para aqueles que querem conhecer uma das maiores intérpretes da música mundial de todos os tempos, uma pessoa insubstituível, que apesar dos seus excessos, era única e para sempre será lembrada. O filme é emocionante, e comoverá a todos que percebem a inevitabilidade da morte e a necessidade incondicionada do amor. Assim, mesmo para aqueles que não a conhecem, indico, pois Edith Piaf estará para sempre incorporada no consciente coletivo da humanidade.
Trailler :http://www.youtube.com/watch?v=T-LzEPS7ji4
Tava mesmo querendo ver esse filme, Leandro.
ResponderExcluirNão conheço nada da Piaf e é uma forma fácil de ver a vida dela.
Quanto a essa nota no final, é atribuição sua?
Como vc chegou numa nota tãão quebrada bixo??
hehehehe
abraço
Leon
Esta nota foi aferida com base em cálculos aritméticos, estatísticos, probabilísticos e Leandrísticos, para chegar a este resultado.
ResponderExcluirLeandro, parabéns pelo texto, a cada dia você nos consegue surpreender com a sua capacidade de análise. Para falar a verdade, nunca tinha ouvido falar de Edith Piaf, mas com este seu texto, sábado vou correr à locadora para alugá-lo.. Abração!!
ResponderExcluirPedro Henrique
Aproveitando o texto como sendo uma sugestão, deixo aqui a minha. Além de ser um excelente filme, é uma obra nacional (afinal, ainda hoje se tem muito preconceito contra nosso cinema).O filme "Quanto vale ou é por quilo" não teve repercussão. Talvez porque não fosse interessante repercutir, pois o mesmo é uma "denúncia" feita a respeito da falsa e corrupta responsabilidade social existente hoje no país. O autor do filme, Sérgio Bianchi, aproveita o assunto bem abordado para fazer uma analogia à escravidão no Brasil. Enfim, assistam! Vale a pena!
ResponderExcluirE ae Pedro, assistiu?
ResponderExcluiro que é arte nunca morre e piaff, é digno de tal merecimento, vi o filme 4 vezes em epocas diferentes, amei...
ResponderExcluirVi ontem, Leandro. Espetacular, sublime, faço de minhas palavras as suas, só não concordo com a parte da santa, achei que ficou bom, o filme foi mágico, me surpreendi, e recomendo aos seus eleitores!!
ResponderExcluirPedro Henrique
Bela crítica! Eu jamais conseguiria apontar pontos negativos, já que fiquei apavorado com a interpretação da Marion. É simplesmente uma das atrizes mais merecedoras de um Oscar que eu já tive o prazer de apreciar o trabalho.
ResponderExcluirO filme tem essas três linhas de tempo que se cruzam durante a obra. Penso que se a história fosse contada com uma linha só, talve não tivesse alcanãdo tamanha profundidade. Marion simplesmente recebe o espírito de Piaf quando interpreta sua vida. É algo que foge as proporções terrestre, é praticamente divino! Nenhuma outra atriz conseguiria passar toda a densidade que Edith tinha. Cantar era a sua vida... Partiu quando não pôde mais cntar, não pôde mais exercer sua vida. Edith Piaf é atemporal, não pertence a uma época específica. Ela será sempre uma diva que provocará as reaçõs mais doloridas e intensas naqueles que ovem a sua voz, vinda de um peito pequeno e com uma potência quase inacreditável.
Edith Piaf é ETERNA!