terça-feira, 23 de março de 2010

Dicas de navegação

Amigos, quero dar-lhes algumas dicas de navegação, pois muitos passam por aqui, e não conhecem o formato de um blog. Primeiro, caso você queira opinar ou me seguir, não é necessário criar outro para fazer isso, é só olhar para o canto esquerdo da tela, e clicar no botão seguir, sendo assim, é só fazer o login com a conta do Orkut, que estará me seguindo e poderá comentar à vontade.

Os textos não são necessariamente inter-relacionados, talvez, o primeiro que escrevi lhe agradará mais do que o último. Novamente na tela esquerda tem os meses que aparecerão os já publicados.

Outra coisa, quando você tecer algum comentário, passará por mim e depois da aprovação será postado. Fique tranquilo, 95% dos comentários eu publico, só não o faço aqueles que comentam anonimamente sem se identificar, pois na CF 88 (usando os meus conhecimentos jurídicos) é vedado o anonimato.

C`est fini

domingo, 21 de março de 2010

A política como instrumento de ação

As pessoas que me conhecem, sabem que sempre tive um interesse especial para a política. “Endeusde” que eu era um mero garoto já o manifestava. E isso se deve porque sempre acreditei na importância e imprescindibilidade dela para a transformação social. Não restringirei à acepção desta palavra apenas no âmbito eleitoreiro, digo numa concepção mais ampla, e principalmente ao que concerne no ato de utilizar da boa-fé e da volúpia de articular ideias para um bem comum.

Este ano haverá eleições para presidente e demais cargos eletivos. Como é de praxe, não custa nada reiterar a importância do voto, este instrumento de suma importância para o fortalecimento da democracia, que foi conquistado com o sangue e sofrimento de milhares de militantes, que perderam suas vidas em prol da liberdade de escolha. Hoje, esta palavra (democracia) está muito desgastada, e o povo pouco valor a atribui, muitos vendem o seu direito de votar, alguns até compreendo, porque envolve todo um sistema social, se o sujeito não tem o que comer, ele vende até a mãe, quem dirá o voto. Todavia, em outros casos, acredito que deveria haver uma séria repercussão criminal para quem comete tal ato, a pessoa não está vendendo apenas o seu voto, está alienando o futuro de uma nação.

É fato, a maioria dos brasileiros deixam para decidir o seu candidato, praticamente nos últimos dias ou horas antes das eleições, e por muitas vezes, demonstram interesses em coisas irrelevantes, como; a ponte que aquele prometeu construir, ou a creche que seria de bom alvitre, enfim, quase sempre são vontades particulares que se somam e criam um Prefeito, Governador, Presidente.

Infelizmente, nos últimos anos com os inúmeros escândalos de corrupção, a imagem dos políticos e da política ficaram extremamente corrompidas. O eleitor perdeu o interesse, e quando escuta essas palavras quase sempre as associam a coisas negativas. Este pensamento deve mudar, pois tudo isso é importante para o futuro de um país. Devemos ter um comprometimento e maior participação, em pleno século XXI, não há mais espaço para irresponsabilidade daqueles e principalmente a nossa. Como diz o slogan da propaganda: o poder de escolha está em nossas mãos.

Dessa arte, quando você dizer que detesta tudo que envolva política, estará fazendo nada mais do que uma manifestação desta. Mesmo os chamados apolíticos, que em minha opinião, são na maioria das vezes pessoas pessimistas que não vislumbram um futuro e estão nem aí, ou são preguiçosos que não se importam, e votam em qualquer um, colocando no poder coronéis e corruptos. Acredito que eles são o reflexo da consciência coletiva do eleitorado, eles são vocês, nós somos eles..


domingo, 14 de março de 2010

Edith Piaf-um hino ao amor


Há algum tempo que vi a este filme. No começo, relutei em assisti-lo, apesar de gostar das músicas e ter um conhecimento razoável da carreira desta artista. Sinceramente, o filme agradou-me muito, e achei merecidíssimo o Oscar 2008 de melhor atriz para Marion Cotillard, simplesmente foi brilhante a sua atuação.

A fotografia na maior parte do filme é escura, nebulosa, assim como a roupa que caracterizou e marcou Piaf no palco: o negro. Este se dividiu em dois tempos, o presente, acompanhando-a na infância, adolescência e fase adulta, e também, em flashes que nos remetia ao futuro. E por causa disso, às vezes, pode acontecer do espectador perder algumas partes chaves, comprometendo o entendimento. O não aprofundamento na segunda guerra mundial, época em que Edith teve maior popularidade, creio ser, talvez, uns dos maiores erros do roteiro, conjugando com a ausência do processo criativo de algumas músicas importantes na carreira dela. Uma cena em específica me incomodou muito, quando ela era criança mostra a S. Teresinha, santa que Piaf era devota, fato que não concordo em uma película biográfica, pois perde um pouco de credibilidade, dando um ar de misticismo e magia.

Feito essas considerações, apenas a atuação de Cotillard já valeu. Ela conseguiu transmitir com muita competência a difícil trajetória de Piaf, uma vida recheada de tragédias e emoções que compunham um drama digno de uma francesa que viveu para a música. Edith era o produto do seu meio, mas muito mais do que isso, ela representava a alma francesa e o sentimento mais profundo de tristeza que caracterizava o seu tempo. No palco era sublime, tinha uma voz de pardal (Piaf), límpida, forte e bela. Tinha uma presença inconfundível, e letras que falavam de coisas de seu tempo, tristeza e mensagens universais que até hoje são vigentes.

Aproveito para pontuar algumas cenas positivas que demonstraram a competência do diretor Olivier Dahan. Em uma há um plano-seqüência excepcional em que a câmera, sem cortes, acompanha Piaf andando por um grande apartamento de Nova York, enquanto imagina estar tendo uma conversa com seu amado, o boxeador Marcel Cerdan (Jean-Pierre Martins). Quando o empresário e amigos lhe comunicam uma tragédia, Cotillard passa da alegria para a descrença e chega ao desespero, tudo em frente à câmera que, continuamente, vai registrando todas estas emoções. O plano termina em uma cena em que Piaf passa magicamente do quarto para um teatro lotado, em que termina uma canção dramática. Esta cena representa muito bem o que foi a sua vida, diria até que foi o momento em que poucos minutos resumiu a sua história, que misturava; glória e frustração, tristeza e alegria. Outra cena que me marcou pessoalmente aconteceu em uma de suas últimas interpretações, ela já estava extremamente debilitada, os críticos diziam que era a turnê do suicídio, e quase desmaiando no palco, ela inicia uma canção (mon manege a moi), contudo não consegue terminá-la e sai escorada; no camarim, o seu produtor insiste que ela não voltaria mais, e que seria suicídio persistir. Acho muito bonito a sua resposta, ela diz: eu preciso cantar, cantar é a minha vida.

Finalizando, a cena final é uma das mais belas, em que Piaf está na cama nos seus últimos suspiros e ao mesmo tempo inicia-se uma canção no palco, em que canta: Non, je regrettre rien (Não, eu não me arrependo de nada, tradução livre), música que conseguiu de certa forma sintetizar toda uma vida, simplesmente sensacional, uns dos pontos altos do filme, em minha opinião.

Portanto, indico-o para aqueles que querem conhecer uma das maiores intérpretes da música mundial de todos os tempos, uma pessoa insubstituível, que apesar dos seus excessos, era única e para sempre será lembrada. O filme é emocionante, e comoverá a todos que percebem a inevitabilidade da morte e a necessidade incondicionada do amor. Assim, mesmo para aqueles que não a conhecem, indico, pois Edith Piaf estará para sempre incorporada no consciente coletivo da humanidade.

Nota: 8.756

Trailler :http://www.youtube.com/watch?v=T-LzEPS7ji4


Intermezzo

Oi! Fazia algum tempo que não postava aqui, alguns motivos corroboraram; falta de tempo e a maldita dengue são alguns deles. No próximo post, quero iniciar a minha carreira de crítico (leigo) de cinema. Fazendo a ressalva que não tenho nenhuma pretensão em esgotar o conteúdo dos filmes analisados, não possuo − confesso −, base informacional suficiente ao que concerne às artes cênicas para escrever uma crítica, diríamos, séria, ao ponto de vista daqueles que realmente a compreendem. Mas, como já disse, quero apenas dar algumas opiniões de filmes que me marcaram. E começarei com o último que conseguiu esta façanha.